quarta-feira, 11 de março de 2009

em teatro não existe certo ou errado

Qual o melhor ator, o tímido ou o descolado?

O intuitivo ou o aplicado?

O que usa o emocional pra chegar no corpo ou o que usa o corpo pra chegar no emocional?

Não há como responder essas e nem mesmo outras perguntas comparativas. Mas de uma coisa estou certa, não existe certo ou errado no teatro. Existe o que funciona e o que não funciona. Existe o que funciona para mim e o que só funciona para outra atriz, com corpo, história e partitura diferentes. E os melhores resultados, quase sempre vêm precedidos de muita transpiração, muita dedicação e muita entrega.

O trabalho do ator pressupõem doação, entrega, sempre com muita responsabilidade. Não cabe aqui conceitos estabelecidos de antemão. Não cabe aqui preocupação com julgamentos, nem meus nem mesmo dos outros, público, críticos, colegas. A pior castração é feita pela auto-punição, pelo auto-julgamento.

Não que com isso não preciso ter consciência e nem senso crítico com meu trabalho. mas o medo exacerbado do ridículo nos torna reféns de nosso próprio medo. E isso gera uma ansiedade acima do normal, que já é característico do tipo de trabalho que desenvolvemos. Então por medo de errar e de extrapolar, eu me calo, me podo, me recolho.

Pecar pela falta pode ser tão grave quanto pecar pelo excesso.

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