terça-feira, 13 de outubro de 2009

com vida e com arte

Depois de algum tempo sem escrever, estou voltando...
divagar...
devagar...
continuamente...
com muita vida...
compartilhando a busca...
sendo...
existindo...
com arte!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Ilusões do Amanhã

Esse poema foi escrito por um aluno da APAE, chamado, pela sociedade, de excepcional. Excepcional é a sua sensibilidade!!!!!
Ele tem 28 anos, com idade mental de 15.



'Por que eu vivo procurando um motivo de viver,
Se a vida às vezes parece de mim esquecer?
Procuro em todas, mas todas não são você.
Eu quero apenas viver, se não for para mim que seja pra você.
Mas às vezes você parece me ignorar, sem nem ao menos me olhar,
Me machucando pra valer.
Atrás dos meus sonhos eu vou correr.
Eu vou me achar, pra mais tarde em você me perder.
Se a vida dá presente pra cada um,o meu, cadê?
Será que esse mundo tem jeito?
Esse mundo cheio de preconceito.
Quando estou só, preso na minha solidão,
Juntando pedaços de mim que caíam ao chão,
Juro que às vezes nem ao menos sei, quem sou.
Talvez eu seja um tolo,
Que acredita num sonho.
Na procura de te esquecer,
Eu fiz brotar a flor.
Para carregar junto ao peito,
E crer que esse mundo ainda tem jeito.
E como príncipe sonhador...
Sou um tolo que acredita, ainda, no amor.'

PRÍNCIPE POETA (Alexandre Lemos - APAE)

terça-feira, 7 de abril de 2009

Ato Sem Palavras I

Ontem à noite, em plena segunda-feira, respondendo ao convite de um amigo para ir ao teatro, fui assistir a uma montagem de uma peça de Samuel Beckett, mas confesso que não sabia de qual texto se tratava. Aceitei de pronto, primeiro por que era na Maria Antônia, ao lado de casa. Aagrada-me muito essa coisa de sair a pé, e ter acesso a bons espetáculos, quase sempre a preços módicos, sem contar com a convivência com pessoas tão ímpares, que tenho a impressão que só andam por essa região da cidade.

Tantos teatros próximos, tantos estudantes, tanta arte que respira nas ruas quase que irresponsavelmente. E ao mesmo tempo me choca tanta miséria deitada na esquina, tanta fome pedindo passagem e tanta ostentação nos edifícios luxuosos e nos bistrôs carérrimos. A dicotomia dessa região entre Higienópolis, Consolação, Centro e Avenida Paulista.

Mas voltando ao teatro, ou sem sair dele, o outro motivo para assistir á peça era a companhia, sempre agradável de Paulo, Alina e Emerson. O convite partiu do Emerson Natividade, ator, amigo e estudioso de Beckett, o que daí já resultaria uma experiência interessante. Paulo, sempre ao meu lado com sua leitura sincera e espontânea, sempre me fazendo ver o que me foge aos olhos clínicos, sempre buscando alguma falha. E a crítica de Alina, algumas vezes ferina, mas não menos verdadeira, tentando colocar Jung ou outro autor por quem esteja apaixonada no momento no cerne da discussão.

Chegando no Tusp, qual não foi minha, nossa, surpresa ao ver uma fila esperando para assistir ao espetáculo. Fila em teatro em plena segunda-feira me deixa feliz. Aguardando para preencher a plateia o público usual do meio, estudantes de artes dramáticas, jovens atores, (pseudo) intelectuais pós-modernos, sempre com uma resposta/pergunta na ponta da língua. E mais um monte de estudantes convidados para o espetáculo, todos de uma escola especial para surdos-mudos. Achei curioso e ao mesmo tempo interessante. Qual seria a percepção deles da obra e da encenação? Decidi observar.

Mas a minha surpresa foi maior ainda quando caiu a ficha de que o espetáculo apresentado naquela noite era Ato Sem Palavras I, de Samuel Beckett, como eu já havia dito. E nada melhor para a simples descrição do que o próprio título. Não pensem que aqui estou simplificando as coisas, longe de mim tal abuso. É que a genialidade de Beckett consiste, entre outras coisas, em sua simplicidade quase literal. Tudo está no texto, mesmo quando o texto é sem palavras.

E o público, seja o intelectual, o popular e até mesmo, e por que não seria assim, o surdo-mudo, tem a possibilidade de ler a peça, de senti-la e de refleti-la. Reflita. Agora seria o momento em que eu passaria todas as minhas impressões sobre a montagem dirigida pela Cristiane Pauli Quito, no estudo realizado junto com seus alunos da EAD – Escola de Artes Dramáticas da ECA-USP. Porém, o que me agrada mesmo em Beckett é que ele é aquilo que nós vemos e compreendemos. Sem verdades nem mentiras. É experienciar.

Num trabalho em que a palavra se vê refletida no corpo, em cada movimento ou interação com movimentos anteriores, numa onda cíclica, como é a própria vida, aqui percebo a utilização de clawn branco, como alguns de nós chamamos este tipo de interpretação. O mímico palhaço, mas de cara limpa. E com este corpo o palco é preenchido de maneira uniforme.

Isto me remete bastante aos meus alunos da Oficina de Teatro, crianças e adolescentes, mas sempre com tanto medo de expressar o que seus corpos, ainda em construção de partitura querem dizer, e dizem. Libertar-se do medo e da vergonha, tão comuns e tão impregnados em tenra idade, mas tão inibidores. Libertar o corpo em favor da palavra, como esse dramaturgo irlandês faz tão bem. Num limiar entre a tragédia, não vou entrar aqui nas definições nem me aprofundar nada, e a comédia, Ato Sem Palavras I assemelha-se a experiência do palhaço, que disfarça com a máscara, face colorida e sorriso largo, sentimentos impossíveis de ofuscar do olhar.


Mostra de Teatro EXPERIMENTOS 2009
Até 27 de abril de 2009
Quarta a sexta às 20h, sábados às 21h, domingo e segunda às 20h
ENTRADA FRANCA
TUSP - Rua Maria Antônia, 294, Consolação - SP

segunda-feira, 30 de março de 2009

Chapetuba - uma (re) visita ao teatro de Vianninha



Apaixonante. Não me vem à cabeça outra palavra para descrever a experiência teatral que vivi no último final de semana. Primeiramente senti-me personagem e estudioso. Eu estava ali, no Teatro de Arena, hoje Teatro de Arena Eugênio Kusnet. Palco para muitas ações, artísticas, culturais, sociais, políticas. Ao entrar no teatro, senti um arrepio correr pelo corpo. Muita energia corre por ali.

É quase indescritível. Observar aqueles assentos, onde já se sentavam algumas pessoas, aguardando o início do espetáculo. E aquele tempo anterior ao terceiro sinal, quando a magia está prestes a acontecer, mas ainda sou eu mesma. Tempo de observar já o cenário do primeiro ato. Senti-me começar a viajar no tempo. Mas é apenas teatro.

Ao toque da campainha pela terceira vez consecutiva, as luzes da platéia se apagam, e uma transformação dá início. Não estou mais no teatro de Arena, Consolação, São Paulo. Estou na pequena cidade de Chapetuba, na pensão cuidada por Fina, que serve de concentração para o Chapetuba Futebol Clube, que naquele instante deixa de ser a brilhante dramaturgia de Oduvaldo Vianna Filho, e passa a ser realidade diante de meus olhos.

O espetáculo vai envolvendo o expectador de tal maneira em um crescente, mas sem deixar de despertar em nós o sentimento, o pensamento e a crítica. Arte de verdade que mexe com os poros e com o espírito. Arte que transforma.

A peça, por mais que pareça, não fala de futebol. Fala de seres humanos. Sonhos, desejos, amores, paixões, ética, fé, esperança. Mas também fala de nossas fraquezas e nossas mazelas, tão humanas. As personagens que desfilam em nossa frente, criam vida nos corpos desses atores tão preparados e refletem muito mais que jogadores e seus dilemas.

O que parece força, pode ser defesa da fraqueza. O que parece timidez, pode ser receio da rejeição. O que parece ingenuidade, quase beirando a burrice, transforma-se em sabedoria. São esses homens brasileiros, cercados pela miséria e pobreza. Com um misto de desejo de ascensão social e a simples necessidade de sobreviver dignamente, criar uma família e ficar perto dos seus. Os anseios de sucesso e glória. E as inevitáveis frustrações que isso tudo pode causar. Um retrato da sociedade brasileira através do Chapetuba Futebol Clube, seus jogadores, seus dirigentes, nossa imprensa esportiva. Com os bastidores desse campeonato de futebol, temos uma amostra do que nos levar a sermos corruptíveis. A necessidade, o medo, o ego.
Nessa montagem, 50 anos depois da estréia, percebemos um trabalho apurado, limpo, preservando ao máximo o texto original e seu momento histórico, sem perder um só fio da atualidade. Talvez pela naturalidade com que este jovem elenco, em sua maioria, desfila aos nossos olhos e ao mesmo tempo uma maturidade dramática que revela a mão de um diretor. José Renato, um dos fundadores do Arena, que pena não estava lá no sábado para que eu pudesse abraçá-lo e dizer o quanto estava feliz.

Não só recomendo como peço que todos assistam e apreendam um pouco. Há muito tempo não assistia a uma peça que me tocasse tanto, mas mais do que isso, que mostrasse teatro de verdade, feito por atores de verdade, com texto de verdade e direção mais que verdadeira.


Chapetuba Futebol Clube
Texto
: Oduvaldo Vianna Filho
Direção: José Renato

Elenco: Fábio Pinheiro
Pedro Monticelli
Fernando Prata
Flávio Kena
Luiz Fernando Albertoni
Fernanda Sanches
João Ribeiro
Emerson Natividade
Vinicius Meloni
Álvaro Gomes

Teatro de Arena Eugênio Kusnet
Quintas, sextas e sábados, às 21h, e domingos, às 20h
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia entrada)

Rua Teodoro Baima, 94, Consolação, São Paulo, SP
(11) 3256-9463

sexta-feira, 27 de março de 2009

Dia Mundial do Teatro

Salve Dionisio, Deus do Teatro.

Salve Aristóteles, primeiro teórico.

Salve Sófocles, Eurípedes, Aristófanes, Ésquilo.

Salve Sêneca, Plauto e Terêncio.

Salve os Milagres, Mistérios, Farsas e Autos.

Salve William Shakespeare.

Moliere, Corneille e Racine. Lopes de Vega, Tirso de Molina, Guillén de Castro, Calderon de la Barca, Von Kotzebue, René Pixérécourt, Victor Hugo, Musset, Goëthe, Schiller e Gustave Flaubert.

Ibsen, Oscar Wilde, Bernard Shaw, Nicolai Gogol, Leon Tolstoi, Eugene Scribe, Émile Augier, Alexandre Dumas Filho, Anton Tchekhov, Émile Zola, André Antoine, Henry Becque, Máximo Gorki, Georges Feydeau.

E o que não dizer de Satnislavski e o método. Muitos Vivas a Meyerhold, Strindberg, Grotovski, Eugênio Kusnet e tudo que trouxe para o Brasil.

Odes a Garcia Lorca!

Saudações a Pirandelo!

Sigo esperando Beckett, Sartre, Ionesco.

Honra a Bertold Brecht e sua dramaturgia.

E o mundo novo com Eugene O'Neill, Edward Albee, Tennessee Williams, Arthur Miller, Thornton Wilder.

Os orientais: Kabuki e Nô. E também o Butô.

Salve, salve as grandes damas, Viola Spolin, Simone de Beauvoir.

E vem chegando o padre José de Anchieta e toda a criatividade destas terras Brasilis:Domingos Gonçalves de Magalhães, Martins Pena, Gonçalves Dias, Joaquim Noberto, Joaquim Manuel de Macedo, França Júnior, José de Alencar e Machado de Assis.

Viva João Caetano.

E vivas, e vivas e vivas a Nelson Rodrigues, Jorge Andrade, o mestre Ariano Suassuna, Gianfrancesco Guarnieri, Antonio Callado, Dias Gomes, Oduvaldo Vianna Filho, grande Vianinha, Augusto Boal, salve, salve, Millôr Fernandes, Chico Buarque, Rui Guerra, Silveira Sampaio, Guilherme de Figueiredo, Glaucio Gil, Abílio Pereira de Almeida, Lauro César Muniz, Pedro Bloch, Consuelo de Castro, Leilah Assumpção, José Vicente, Plínio Marcos, João Bethencourt, Roberto Freire, Antônio Bivar, Mário Prata, Fauzi Arap, Maria Adelaide Amaral, Sérgio Jockyman.

Glórias a cada ópera bufa e a cada teatro de revista.

Cacilda Becker, Luciano Salce, Ruggero Jacobi, Adolfo Celi, Flaminio Bollini Cerri, Gianni Ratto e o polonês Ziembinski.

Tônia Carreiro e Paulo Autran. Fernanda Montenegro!

Alfredo Mesquita, Flávio Rangel e Antunes Filho! Flávio Migliacio, Edy Lima, Flávio Imperio, Ary Toledo, Armando Costa, Paulo Pontes.

José Celso Martinez Corrêa.

Ademar Guerra, Antônio Bivar, Victor Garcia, Fauzi Arap.

Minha mais sincera admiração a Maria Clara Machado, e todo seu mundo infantil.

Os hilários Asdrubal Trouxe o Trombone, Royal Bexiga’s Company, Pessoal do Victor. O Ornitorrinco e Cacá Rosset. Oswaldo Mendes, Márcio Aurélio, Roberto Lage, José Possi Neto, Bia Lessa, Ulisses Cruz, José Renato, Miguel Falabella, Alberto Guzik. Sátyros e Parlapatões. E minha homenagem especial a quem quase tudo me ensinou, meu mestre Renato Saudino.

São tantos nomes que fizeram do teatro sacerdócio e puseram um pouco de arte na vida, um pouco de crítica na língua e um pouco de penso na cabeça, sabendo o papel que cumprimos ou deveríamos cumprir, que sinto-me honrada em citá-los, exprimindo todo meu respeito e admiração. Ainda o medo e receio de ter esquecido alguém, não por descaso, mas por serem muitos e brilhantes.

Viva o artista, que ri, chora, sente e faz sentir.Viva cada um que faz parte dessa magia, dramaturgo, diretor, atores, produtores, cenotécnicos, iluminador, músicos, sonoplastas, figurinistas, costureiras, camareiras, contra-regra, bilheteiro e aqueles sem os quais não haveria espetáculo: o público.

Vá ao teatro e convide um amigo.

quarta-feira, 11 de março de 2009

em teatro não existe certo ou errado

Qual o melhor ator, o tímido ou o descolado?

O intuitivo ou o aplicado?

O que usa o emocional pra chegar no corpo ou o que usa o corpo pra chegar no emocional?

Não há como responder essas e nem mesmo outras perguntas comparativas. Mas de uma coisa estou certa, não existe certo ou errado no teatro. Existe o que funciona e o que não funciona. Existe o que funciona para mim e o que só funciona para outra atriz, com corpo, história e partitura diferentes. E os melhores resultados, quase sempre vêm precedidos de muita transpiração, muita dedicação e muita entrega.

O trabalho do ator pressupõem doação, entrega, sempre com muita responsabilidade. Não cabe aqui conceitos estabelecidos de antemão. Não cabe aqui preocupação com julgamentos, nem meus nem mesmo dos outros, público, críticos, colegas. A pior castração é feita pela auto-punição, pelo auto-julgamento.

Não que com isso não preciso ter consciência e nem senso crítico com meu trabalho. mas o medo exacerbado do ridículo nos torna reféns de nosso próprio medo. E isso gera uma ansiedade acima do normal, que já é característico do tipo de trabalho que desenvolvemos. Então por medo de errar e de extrapolar, eu me calo, me podo, me recolho.

Pecar pela falta pode ser tão grave quanto pecar pelo excesso.

segunda-feira, 9 de março de 2009

alguém já disse...

"Existem empresários que enriquecem com o teatro - dizem. Não fizeram teatro, fizeram negócio. Quem faz teatro, seja empresa, seja governo, estará sempre perdendo dinheiro. Mas asseguro-lhe que quem faz teatro não se importa muito com isso." (Cacilda Becker)

"O teatro, que nada pode para corrigir os costumes, muito pode para mudá-los." (Jean-Jacques Rousseau)

"Não faço teatro para o povo, mas faço teatro em favor do povo. Faço teatro para incomodar os que estão sossegados. Só para isso faço teatro." (Plínio Marcos)

"O teatro é o primeiro soro que o homem inventou para se proteger da doença da angústia." (Jean Barrault)

quinta-feira, 5 de março de 2009

O papel social do ator

Entramos na fase de criação da personagem e seguindo tudo que já foi dito anteriormente, lanço a pergunta desafio: QUAL O PAPEL SOCIAL DO ATOR?
Falamos sobre isso na última aula. Porém, falar não basta.

Ator é aquele que executa uma ação. Agir.
E o que leva a ação?

Vocês poderiam responder: o texto, o diretor, a história;
Antes porém, vem o que motiva você a subir em um palco e atuar.
Quando você pensa em ser artista, você pensa em seu público. Ninguém é artista entre quatro paredes, escrevendo, atuando ou compondo para ninguém. O artista quer um público. E não pode se esquecer que o público quer um artista.
O público se espelha no artista e em sua arte.
Assim, tornamo-nos exemplo a ser seguido.
Por isso é tão importante que tenhamos consciência do papel que representamos na sociedade, fazendo rir, fazendo chorar, criando tendências.
Fazer sentir e fazer pensar.
Então, antes de mais nada, pense antes de agir. Pois mesmo sem querer, você estará interferido de uma forma ou de outra, mesmo que inconscientemente, na sociedade em que vive. O fazer crítico, o fazer artístico, o fazer cultural, o fazer social.
É hora de agir.
Agir com responsabilidade com seu público.
Agir com responsabilidade no papel que desempenha.
No palco e na vida.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Compleanos

Comemorar uma data tem um significado especial pra mim.

Principalmente ao lado de pessoas amadas e queridas.

E essa turma tem tudo de especial.

Fico embargada só de escrever...

Então, seguindo o ditado que diz que uma imagem vale mais que mil palavras...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

mais algumas frases

"O teatro como formador de opinião pode ser uma saída para tirar o governo da falência moral e mostrar ao público que o trabalho sério é a solução." (Antônio Ermírio de Moraes)

"Acho que quando faço teatro fico mais inteligente e fico melhor ator até para fazer as outras coisas!" (Wagner Moura)

"O sonho do teatro não é se eternizar, mas falar com clareza, emoção, beleza, poesia e compreensão para o cidadão do seu tempo." (Amir Haddad)

"Talvez no teatro da vida se divirtam todos, mas não o ator."(George Bernard Shaw)

"Ir ao teatro é como ir à vida sem nos comprometer." (Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A personagem

Quem é essa personagem?
É um pouco de mim que empreseto aos outros, ou é um pouco dos outros que tomo emprestado.

Lançamos um desafio de criar uma personagem.
Essa personagem não sou eu, mas empresto meu corpo a ela.
Como responder as cinco perguntas mágicas?
Quem, quando, onde, como e por quê???

Primeiro vamos definir a personagem.
Quem é? Qual sua idade?
Qual sua naturalidade (onde nasceu)?
Com quem vive? Como vive? Quais seus desejos?
O que mais gosta de fazer? O que mais gosta de comer?

Tempo e espaço.
Em que época ela vive, em que lugar ela vive?
Onde se passa a história?
De onde vem e para onde vai?

Motivação.
Como chegou até esse momento?
O que veio fazer nessa cena?
Por que veio realizar esta ação?
O que deseja alcançar depois dessa ação?

Dito isto, é hora de dar uma forma física para minha personagem.
Como é o seu corpo, sua postura, sua voz, sua disposição.
Só depois devo pensar na caracterização, figurino, cabelo, maquiagem.

São passos longos e delicados. Mas para andar 100 quilômetros devemos dar sempre o primeiro passo. Vamos buscar o início de nossas personagens.
No decorrer das aulas retomaremos o assunto.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

use a imaginação

O que é brincadeira e o que é sério?
Limite difícil de marcar, quando nosso assunto é a arte e o fazer teatral.
Na verdade, nossas experiências em aulas, envolvem jogos lúdicos, muito parecidos com brincadeiras, que divertem, mas ensinam muito a vocês, e principalmente a mim, muito de vocês.
O corpo, a mente, a imaginação, devem ser exercitados diariamente, sem medo e sem preguiça, pensando somente nos benefícios, múltiplos, inexoráveis, tangíveis e ao mesmo tempo imperceptíveis.
Exercitem o corpo - respirem corretamente e prestando atenção no fazer respirar, até que seja natural utilizar diafragma, pulmões e ganhar maior resistência física. Alonguem-se sempre. Antes de qualquer exercício, seja onde estiverem. Descubram seus movimentos, suas articulações. Mexam-se. Tonifiquem-se.
Exercitem a mente - pensem. Aprendam a pensar. Leiam de tudo um pouco, mas procure qualidade na leitura. Bons livros, bons autores, revistas, jornais, blogs, enciclopédias (sim eslas existem e ainda não podem nem devem ser substituidas pela internet). Assistam bons filmes, de bons diretores, com bons roteiros e bons atores. Coisas of Hollywood. Tentem conhecer atores que não conhecem, prestem atenção na interpretação, na luz do filme, no enquadramento.
Exercitem a imaginação - criem histórias, personagens, situações. Busquem na mente de vocês a imaginação mais profunda. Busquem os sentimentos escondidos, busquem a alegria camuflada. Sintam de verdade. Visualizem tudo o que podem, e vocês podem.
Não entenderam alguma palavra? Procurem no dicionário. Continuam sem entender? Me perguntem depois.
Ótimo final de semana!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Quem sou eu!

Ah! A Improvisação.
Quanto ela nos revela de nós mesmos.
Nesse momento, com pouco tempo para pensar, planejar, esconder, revelamo-nos.
Revelamos nossos medos, revelamos nosso corpo, nossas imperfeições e nossos desejos.
O que seria um simples jogo teatral, torna-se um constante e insuperável desnudar-se de si.
Mostra o quão pouco nos conhecemos, ou sabemos de nós mesmos.
O olhar do outro nos percebe bem mais que nós, que achamos estar vivendo uma personagem.
Nessa fase de trabalho é preciso redescobrir nossos corpos. Saber até onde eles vão.
Prestem atenção ao modo como andam, sentam, levantam, comem, riem. Descubram como vocês respiram. E criem modos diferentes de fazer cada coisa do seu dia.
Observar pode ser um truque. Observe no outro o que existe de você. E observe em você o que existe dos outros.
E crie histórias. Ao ver uma pessoa na rua, estude o seu olhar. É triste, alegre, tem problemas, é sozinho, pode ser um vilão. Mas cuidado para não invadirem a privacidade de ninguém, heim!
Usem a imaginação para conhecer-se. Sempre e mais.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Frases sobre Teatro

"O teatro é a poesia que sai do livro e se faz humana." (Federico García Lorca)

"No teatro descobri que existem duas realidades, mas a do palco é muito mais real." (Arthur Miller)

"O teatro é um meio muito eficaz de educar o público; mas quem faz teatro educativo encontra-se sempre sem público para poder educar." (Enrique Jardiel Poncela)

"Não ir ao teatro é como fazer a toalete sem espelho." (Arthur Schopenhauer)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

vamos improvisando nos palcos e na vida

Improvisar -
Arranjar, fazer, inventar, compor, escrever, falar, improviso.
Todos sinônimos encontrados no Windows Microsoft Word.

No dicionário Larousse:
Improvisar – 1- fazer, organizar sem preparo prévio, com os meios imediatamente disponíveis. 2 – compor sem preparo prévio. 3 - Inventar, forjar. 4 - Desempenhar uma função com a qual não está habituado.

Improviso – 1 - Repentino. Inopinado. 2 - Pequena peça improvisada em versos, madrigal ou canção. 3 - Peça musical curta de forma livre. 4 - De improviso, sem preparo prévio.

Então vamos nos jogar de cabeça e sem medo.
Como já disse anteriormente, em arte, não existe certo ou errado. Existe o que funciona e o que não funciona.

O ato de improvisar tem que ser livre, deixar agir, de acordo com o que a cabeça for pensando e o corpo pedindo, sem um preparo prévio ou ensaios. Mas, OK! Então por que eu fico corrigindo as improvisações de vocês? Por que até para subverter é preciso ter consistência.

Temos que desenvolver a cada dia uma consciência corporal, que deve nos acompanhar em todos os momentos de nossa vida, não só palco. Temos que prestar atenção nos movimentos, na respiração, na fala, sem esquecer que emprestamos nossos corpos a personagens diferentes de nós. Então a consciência tem que ser dupla. Melhor: múltipla. Do nosso corpo e do corpo do personagem.

Ainda assim os exercícios de ontem valeram a pena.
Ah! Arthur, meu rei, cavaleiro da Távora Redonda, bem vindo. O bom filho a casa torna.
Beijo grande em todos e ótimo final de semana.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

É

"O teatro é a arte do encontro.
Pensamento e ação.
Riso e lágrima.
Palavra e gesto.
Um instante que se faz presente num ato efêmero que se evapora.
Resta a memória de quem viveu o sonho.
Aqui e agora."

Fernanda Montenegro

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Senso crítico

Ontem começamos mais uma jornada.
Novos alunos na turma infantil, e olhem só, os meninos voltaram pra sala de teatro.
Bem vindo, Victor.
A aula ainda foi uma "brincadeira", mais pra sentir o que vocês andaram fazendo com o corpo durante as férias. Como está a voz. E principalmente os novos alunos. Alguns tímidos, porém já sabemos que com algumas aulas isso já se modifica.
Na aula dos adolescentes uma supresa. Só a Victória Brunetti apareceu.
É bem difícil dar aula para um só aluno, posto que teatro é uma atividade grupal, mesmo quando se trata de um monólogo.
Ainda assim, nos saímos muito bem.
Um grande alongamento para o corpo voltar à atividade - sei que as mais espertinhas vão dizer agora "que bom que não fui". É, acho que a Vicky deve estar com dor no corpo hoje, faz parte.
Agora a improvisação solo foi incrível. Recuperar o movimento.
Falamos muito sobre o que é ser crítico.
O artista tem por obrigação ser crítico. Não no sentido pejorativo da palavra.
Hoje em dia quando falamos em criticar já pensamos em "falar mal".
Não, o crítico deve ter conhecimento do que estará analisando.
Vamos então, a partir de hoje, assumir o compromisso de sermos críticos.
Para isso precisamos adquirir repertório artístico. Como se faz isso? Vivendo cada dia intensamente, observando nossos movimentos, sentimentos, jeito de pensar, agir. Mas sem perder de vista o mundo que nos rodeia.
Prestem atenção em como andam, como falam. Isso em vários momentos. Quando estiver triste, alegre, feliz, chateado, com raiva...
E prestem atenção em como as pessoas mais diferentes fazem as coisas.
Conversaremos sobre isso na próxima aula.
Beijos da prô.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

(re) começar

Sempre é bom recomeçar.
Estou muito feliz em encontrá-los hoje, para mais uma jornada.
Alguns queridos deixaram o curso no último ano, mas outros vem para abrilhantar ainda mais nossas experiências.
Espero um ano de muito sucesso e que possamos aproveitar ao máximo.
Aproveitem este espaço para tirar dúvidas.
Aqui teremos exercícios, listas de livros, filmes, peças.
Sugestões diversas e muito mais.
Espero que todos gostem e participem.
Muita luz azul...