Todos os dias, quando me levanto, ainda no escuro do quarto, pois a clariade me incomoda sobre medida nos momentos de sono profundo - coisa que a tv ligada, ou ventilador barulhento não fazem, acalatam-me -, respiro e sinto que sempre é um recomeço. Um dia em branco pra escrever da melhor forma possível.
Podem me dizer, que é igual, que o tempo são marcas criadas pelo homem para nosso controle.
Para mim, o tempo é relativo. É o tempo de escrever cada dia uma história nova, cheia de conflitos e realizações, para a noite retornar ao leito amado.
O tempo é relativo, já disse um dia um cientista. O tempo é uno e múltiplo. O tempo sou em quem faço. Meu tempo eu divido em atos. Meus atos eu divido em cenas. Subi no palco buscando uma unidade de tempo, espaço.
Peguei meu texto, a ensaiar.
Buscar em mim a partitura desse tempo.
Buscar nos resquícios da alma, nos movimentos do corpo, meu tempo.
Respirar um novo tempo, como todo meu corpo.
Até amanhã de manhã.