segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Existe Amor

Desde pequena sou fascinada pela vida nômade. Sonhava em fugir com o circo. Não esqueço, quando criança, íamos a todas as apresentações circenses que apareciam na cidade. Minha mãe adorava. Ela nem imaginava o quanto aquilo mexia comigo e me fazia sonhar. Assistia na tv ao Lili, aquele da musica Hi Lili, Hi Lo, e me via voando nos picadeiros, mas no fundo, sempre soube da minha vocação para palhaço. Os Saltimbancos Trapalhões também tem sua responsabilidade, assim como Arrelia e Carequinha. O bom menino não faz xixi na cama.
Nas férias de Julho, Burarama era destino certo. Toda liberdade que uma criança merece e precisa para crescer saudável, se ralar, se sujar, cair e levantar. Ali a gente aprendia a não ligar pra Bulling, quando este nome nem existia por aqui. No quintal da casa de meus avós, ótimos contadores de história, encenei minhas primeiras peças de teatro, escondida de todo mundo, com meus amigos arbustos, quando eu nem conhecia Shakespeare, além de Romeu e Julieta, que vi ainda pequena na versão de Zeffirelli. Os arbustos eram os atores, eu criava os enredos que viajariam o mundo, na minha cabeça de criança. 
Sempre quis conhecer o mundo, por isso amava enciclopédias e curiosidades. Fui uma criança curiosa. Ainda em Burarama, adorava quando chegavam acampamentos de ciganos, que se instalavam entre o curral dos Gava e o cemitério. Tinha medo do cemitério desde que o avó Octávio quis me levar pra ver uma catacumba, mas ao mesmo tempo pra mim sempre foi um lugar cheio de memória. Memória. Coisinha difícil de definir, e tema que anda me perseguindo atualmente. Mas voltando aos ciganos, os adultos falavam pra gente não ir no acampamento, porque os gitanos poderiam nos roubar e levar com eles. Mas eu ia, sempre que ia buscar leite no curral, minha tarefa, nas tardes de Julho. Pela manhã era o tio Chico quem já buscava o leite e o pão. Aquelas barracas de lona, parecendo tão pobres, mas quando entrávamos, tinha uma riqueza, muito ouro e tecidos lindos. Eu achava que eram cenários. Me lembrava um filme que sempre passava na Sessão da Tarde, O Milagre, em que a freirinha Maria, fugia do convento e ia viver com os ciganos, e Nossa Senhora pegava seu lugar no convento, até que a moça se desilude com o amor e volta a tempo de fazer os votos. Eu queria ser como Maria e sair pelo mundo.
Assim eu encontrei no jornalismo uma forma de saber um pouco de cada coisa e fugir da rotina. Assim eu encontrei no teatro, uma forma de viajar pelo mundo sem sair do tablado.
Pelo Espírito Santo, foram muitas andanças, familiares, carnavalescas, e mais tarde, profissionais. Uma vontade de ir para a Bahia e para o Rio de Janeiro. Amigos e histórias, e mais memórias.
Acabei parando em São Paulo, último lugar em meus sonhos. Achava a gente fria e triste, e também achava que corriam tanto que nem tempo pra viver achavam. Eram três meses, que viraram sete anos. Encontrei velhos amigos e fiz novos. Até irmãs de alma reencontrei. Digo reencontrei porque certos amores à primeira vista para mim se explicam somente por outras vidas. Também encontrei o amor maduro. Diferente das paixões da minha adolescência prolongada. E esse amor já veio multiplicado por cinco, e mais.
Sete anos em que descobri o amor nessa cidade cinza. Conheci gente de verdade pelos lugares onde passei. As crianças que me fizeram entender melhor minha arte. Até num circo trabalhei. São Paulo foi boa para mim. Fez-me crescer, na arte e na vida. Essa gente de verdade sonha e luta, e até entendo um pouco a correria, que assusta capixaba praiano acostumado a sorrir muito e se divertir mais ainda, sem que isso atrapalhe o trabalho. Sim, São Paulo é terra que filho chora e mãe não vê. Mas também chorei muito de felicidade. Hoje me concedo nesse fluxo-floema, que dona Hilda me permita a citação, a saudação a essa terra que posso dizer que amo. Queria dizer aqui todos os amores que a cidade me trouxe, mas seriam páginas e mais páginas. Agora começa um novo ciclo. Em outra cidade que tão bem tem me recebido. Mas jamais esquecerei tudo que São Paulo me trouxe. A cidade que nasceu como parada para os Bandeirantes. Me sinto um pouco bandeirante. Ainda sei que tenho muitos lugares para andar, e sei que não vou parar nunca de buscar o novo. Faz parte de mim. Levarei São Paulo comigo. E o senhor Crioulo que me perdoe, mas EXISTE AMOR EM SP SIM!!!!!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Oficina Vida Arte – Conhecer-se através do Teatro


Oficina Vida Arte – Conhecer-se através do Teatro
Ministrado por Vanessa Frisso
Atriz, Diretora e Preparadora de Elenco para teatro, cinema e publicidade.


- Teatro para crianças – Brincar com Arte
Através de jogos teatrais e colaborativos, exercícios corporais, músicas, brincadeiras lúdicas e populares, a oficina pretende introduzir a criança no universo teatral, visando auxiliar o desenvolvimento cognitivo, a criatividade, disciplina, concentração, leitura, socialização, de maneira a incentivar as habilidades artísticas de forma divertida e ao mesmo tempo educativa.
Para crianças a partir de 07 anos de idade.

- Iniciação teatral – O jovem no teatro
O adolescente no teatro encontra uma forma de expressar-se artisticamente, ao mesmo tempo em que trabalha seu autoconhecimento e autoestima, possibilitando uma vivência artística de grupo.
A oficina, através da preparação corporal e vocal, música, dança, produção e leitura de textos, trabalha interpretação de texto, concentração, desinibição, postura, dicção, técnicas de improviso, com apresentação de experimento cênico ao final.
Adolescentes a partir de 14 anos

Aulas aos sábados.
20 vagas por turma.
Próximo à Estação São Judas do Metrô.
Informações pelo telefone 11 – 983868645 ou pelo e-mail oficinavidaarte@hotmail.com

terça-feira, 13 de março de 2012

V Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo



Começou ontem a quinta edição do Festival Ibero-Americano de Teatro de São Paulo, que acontece no Memorial da América Latina. Vale a pena conferir.

Programação:


AUDITÓRIO SIMON BOLÍVAR

13 de março – terça-feira
19h00|Plateia B – “DON MARIO Y LOS OTROS” | Textos: Mario Benedetti | Adaptação: Raquel Gutierrez | Direção: Gloria Levy | Elenco: Carolina Cerruti, Álvaro Correa, Mario Erramuspe, Martha Vidal | URUGUAI

21h00|Plateia A – “O BEIJO NO ASFALTO” | Autor: Nelson Rodrigues | Direção: Marco Antonio Braz | Elenco: Renato Borghi, Hudson Senna, Élcio Nogueira, entre outros | BRASIL

14 de março – quarta-feira
19h00|Plateia B – “KATASTROPHE” | Autor: Álex Serrano e Pau Palacios | Direção: Álex Serrano | Cia. Señor Serranho | ESPANHA

21h00|Plateia A – “RIDÍCULOS, AINDA E SEMPRE” | Autor: Daniil Kharms | Direção: Hugo Possolo | Cia. Parlapatões, Patifes & Paspalhões | BRASIL

15 de março – quinta-feira
19h00|Plateia B – “QUASE NADA” | Autor: Grupo Sobrevento | Direção: Luís André Cherubini | Cia. Grupo Sobrevento | BRASIL

21h00|Plateia A – “LO QUE MÁS ME GUSTA DE FEDERICO” | Textos de Federico Garcia Lorca | Direção: Marcela Gilabert | Elenco: Carmen Briano, Alejo Jimenez (guitarra) e Javier Tudela (canto) | PARAGUAI

16 de março – sexta-feira
19h00|Plateia B – "UM ÚNICO MUNDO" | Autor: Leandro Calderone/Gabriela Fiore | Direção: Gabriela Fiore | Interprete: Carlos Vignola | ARGENTINA

21H00|Plateia A – “AS TRÊS VELHAS” | Autor: Alejandro Jodorowsky | Direção: Maria Alice Vergueiro | Cia. Teatro Pândega | BRASIL

17 de março – sábado
19h00|Plateia B – “A BILHA QUEBRADA” | Autor: Heinrich von Kleist | Direção: Marcio Aurelio | Elenco: Joca Andreazza, Paulo Marcello, Lavínia Pannunzio, entre outros | BRASIL

21h00|Plateia A – “MARIACHI CLOWN” | Autor: Roberto Avendaño | Direção: Roberto Avendaño |Cia Cornisa 20 | MÉXICO

18 de março – domingo – ENCERRAMENTO
19h00|Plateia B – “COMO EVITAR ENARMORAR-SE DE UN BOLUDO” | Autor: Marcelo Puglia | Adaptação e Direção: Jorge Denevi | Elenco: Gaciela Rodriguez | URUGUAI

21h00|Plateia A – Cerimônia de Encerramento

21h15|Plateia A – “UM PUNHADO DE TERRA” | Autor: Pedro Eiras | Direção: José Leitão | Cia Art’Imagem | PORTUGAL

CIRCO |PRAÇA DA SOMBRA

13 de março - terça-feira
17h45|Circo – “PALHAÇOS” | Autor: Wilson Vasconcelos, Marcelo Duarte e Betto Rodrigues | Direção: Wilson Vasconcelos | Cia. Capadócia – Circo-Teatro Paratodos | BRASIL

14 de março - quarta-feira
17h45|Circo – “O FILHO ETERNO” | Adaptação: Bruno Lara Rezende | Direção: Daniel Herz | Elenco: Charles Fricks | BRASIL

15 de março - quinta-feira
17h45|Circo – “R&J DE SHAKESPEARE – JUVENTUDE INTERROMPIDA” | Autor: Joe Calarco | Tradução: Geraldo Carneiro | Direção: João Fonseca | Elenco: João Gabriel Vasconcellos, Felipe Lima, Pablo Sanábio e Rodrigo Pandolfo | BRASIL

16 de março - sexta-feira
17h45|Circo – “CONCERTO DE ISPINHO E FULÔ” | Autor: Cia do Tijolo | Direção: Rogério Tarifa | Elenco: Dinho Lima Flor, Patricia Gifford, Rodrigo Mercadante, Karen Menatti, Thaís Pimpão e Jonathan Silva, Aloisio Oliver e Maurício Dmasceno (músicos) | BRASIL

17 de março - sábado
17h45|Circo – “A MENINA VIROU” | Autor: João Donda | Direção: Calixto de Inhamuns | Cia. Capadócia – Circo-Teatro Paratodos | BRASIL

18 de março - domingo 17h45|Circo – “O SEGREDO DA JANELA” | Autor: Jucca Rodrigues | Direção: Jairo Mattos | Cia. Capadócia – Circo-Teatro Paratodos | BRASIL

SALA DOS ESPELHOS

Mesas de Debate (capacidade maxima de 100 participantes)
Coordenação e Mediação: Analy Alvarez
14.03| das 15h às 17h
A arte de escrever para teatro
Convidado: Prof. Chico de Assis
14.03| das 15h às 17h
O ator e a difrença entre interpretar e representar
Convidado: Prof. Ewerton de Castro
15.03| das 15h às 17h
Desafios do encenador
Convidado: Nelson Baskerville
16.03| das 15h às 17h

Oficina
Cenografia (capacidade maxima de 30 participantes)
17/03| das 13h às 16h
Ministrada pelo ator e diretor teatral Zé Carlos Andrade
Obs.: Segundo solicitação do cordenador da oficina, os interessados deveram trazer apenas uma caixa de sapatos vazia.

Bilheterias
Abertas diariamente a partir das 14h, quando será possível a retirada de 02 ingressos por pessoa para cada espetáculo, sempre para as apresenações do próprio dia.
Para as mesas de debate e para a oficina será aplicada a ordem de chegada.